****GAYA MATARAZZO ****
Algum tempo após fugir da cozinha, amedrontada pela reação acalorada de André, ouço passos do lado de fora do quarto.
Uma batida à porta e a voz firme, mas suave, do dono da casa ecoa no corredor.
— Desculpe, Gaya, não quis te assustar. Jamais a machucaria, nem farei nada que não queira, só me deixa entrar, conversa comigo.
Dá para sentir que ele está mais calmo, esperou a raiva passar para vir atrás de mim e eu agradeço por isso.
— Entre, a porta está aberta.
Fito o horizonte por um momento, ele se aproxima com cuidado e sentando-se na beirada da cama sem me tocar.
— Preciso que me desculpe pela minha reação exagerada.
— Tudo bem. Eu só não consigo lidar com mais agressividade agora.
— E nem deve.
Ergo os olhos e sinto sua imensidão verde me perfurando.
— Vou controlar esse meu instinto de homem das cavernas de hoje em diante. — ele brinca para amenizar o clima.
André consegue plantar um sorriso amarelo em meus lábios, que morre ao próximo questiona