Em TUAS Mãos
“Eu odeio aparecer do nada sem ser convidada
Mas eu não pude ficar longe, não consegui evitar
Eu esperava que você veria meu rosto
E que você se lembraria
De que pra mim não acabou”
Não havia amanhecido quando saí do hospital, olhei ao redor, as
ruas acinzentadas e sem movimento, uma brisa fazia as copas das
árvores balançarem, esfreguei os braços cruzados ao redor do corpo
tentando espantar aquela estranha sensação de solidão. Eu sabia para
onde ir, caminhei pelas olhando para baixo, e só percebi que havia
amanhecido quando a buzina de um sedã preto me despertou dos meus
pensamentos. Cobri o rosto para olhar na direção do carro, que estava a
poucos centímetros de distância. Pisei duro e atravessei a rua.
— Não pode esperar? Estou na faixa de segurança! — protestei e
voltei a seguir meu caminho.
Que sede. Umedeci os lábios com a ponta da língua, esfreguei as
mãos sobre o jeans, sentindo minhas coxas arderem debaixo da calça, eu
não sabia há quanto tempo c