EPÍLOGO
Ana Karvat
Dois meses se passaram desde o dia em que eu saí do hospital, as
primeiras semanas com Angeline foram difíceis, me partia o coração ouvi-
la chamar por mamã e saber que era Julian quem ela queria que a
pegasse, então Robert intervinha e a distraía com brincadeiras e passeios
até que pegasse no sono. Nas primeiras noites em casa, Angeline dormia
no meio, entre mim e Dom, lembro que fiquei acordada sentada ao lado
deles, apenas admirando-os a meia luz que vinha do corredor. Eu não
queria dormir, queria ter certeza de que tudo era real...
— Vou levar essa fofura gostosa para passear, aproveite a tarde
para dormir e descansar. — Despede-se minha mãe levando Angeline,
que se lambuza com um pirulito.
Corro para o banheiro e tomo um longo banho relaxante, saio
completamente nua e molhada, deixando um rastro de água pelo
apartamento. Dom está em nosso quarto, falando ao celular. Ele arqueia
as sobrancelhas e vejo em seus olhos aquele brilho faminto e predató