Desforra!
Para mim, a vida sempre se mostrou como um grande tabuleiro de
xadrez, lembro-me de ter perdido apenas uma vez quando Julian me
encurralou e me deu um xeque-mate, tão rápido que nem vi como ela
havia abalado tudo, me tirando da jogada. Agora era a hora da desforra.
Eu estava pronto para minha vingança e, dessa vez, eu tinha uma
vantagem, sabia seus próximos passos e seria capaz de interceptar sua
jogada, em breve seria xeque-mate.
Foi difícil para mim deixar a ninfa naquele carro. Quando descemos
do avião, ela segurava em minha mão com força, não disse nada, porque
aquilo não seria uma despedida.
— Eu te amo. — Sussurrei em seu ouvido antes que ela entrasse no
carro.
Ela não respondeu, minha ninfa não conseguia esconder sua
tristeza.
— Se não voltar até o meio dia, entenderei isso como um adeus,
Dom. Não suportarei mais despedidas, não nessa vida.
Ana bateu a porta do carro, e eu entendi sua clara ameaça. Hunter
mascava o chiclete aguardando a próxima ordem.