O som grave dos sinos da igreja de Saint-Pierre mal atravessava as janelas blindadas da cobertura de Andrew Smith. Mas naquela noite, não era o som que importava, era o silêncio.
O tipo de silêncio que vibra sob a pele. Que antecede o colapso.
Genebra dormia sob a névoa, mas no alto do prédio mais imponente do centro financeiro da cidade, tudo queimava.
A única luz na penumbra vinha do monitor sobre a escrivaninha de ébano, onde uma notificação piscava com urgência:
“Mensagem urgente – Diretoria VIP Rooms”
Andrew estava em pé. O corpo tenso, uma taça de vinho esquecida na mão. Os olhos fixos naquela linha de texto que parecia brilhar mais do que devia. Aquilo não era apenas um comunicado. Era um sussurro do passado que voltava para assombrá-lo.
Ele caminhou até a mesa. Os passos tão lentos que pareciam ecoar. O silêncio, agora denso como vidro, foi rompido apenas pelo clique do mouse.
O e-mail se abriu.
Sr. Smith,
Informamos que o senhor foi oficialmente selecionado como um dos dois