Do alto do edifício envidraçado, a cidade de Nova York parecia um organismo pulsante, uma criatura viva que respirava sob as luzes frias dos arranha-céus e o véu escuro da noite. O relógio na parede da sala marcava 23h47 quando o telefone sobre a mesa de Beatrice, a gerente geral da VIP Room , vibrou com insistência.
Ela fechou o notebook com suavidade e ajeitou os óculos antes de atender.
— Diretoria.
Do outro lado da linha, a voz veio firme, envolta por um tom que misturava segurança e algo mais… algo que, em poucas pessoas, se percebia: um receio contido.
— Sou eu — anunciou Vitória Médici, sócia majoritária da VIP Room e a mulher que controlava a plataforma. — A proposta foi aceita?
Beatrice inspirou fundo antes de responder, como quem sabia que aquela notícia, embora aguardada, ainda assim era pesada.
— Evan autorizou o pagamento.
Vitória ficou em silêncio. Como se a mente estivesse processando as camadas por trás daquela resposta.
— Quanto? — perguntou, embora já soubesse que nã