Sede da VIP Rooms
23h48
A noite caía sobre Paris como uma cortina de veludo negro cravejada de luzes distantes. A cidade, mesmo em seu ritmo noturno, pulsava com o charme indomável dos apaixonados, dos insones e dos pecadores. No alto do edifício mais discreto da Rue de Rivoli, oculto por cortinas internas de vidro fumê e protegida por um nível de segurança digna de chefes de Estado, brilhava a sede central da VIP Rooms.
Ali, em meio a decorações opulentas e minimalistas, tecnologia de ponta e arte antiga dialogavam. O passado e o presente se encontravam. Tal qual seus frequentadores, homens e mulheres de poder, desejo e segredos.
Na ala mais reservada do edifício, com vista direta para a imensidão da cidade, Vittoria Médici permanecia sentada em uma poltrona de veludo vermelho escuro, com um cálice de vinho tinto em uma das mãos e os olhos fixos na tela holográfica suspensa diante dela. Seus dedos, bem cuidados, envolviam com naturalidade a haste fina da taça. Havia algo de hipnóti