A iluminação estava diferente naquela noite. Menos teatral, mais íntima, quase perigosa. A sala privada onde o segundo encontro aconteceria fora cuidadosamente preparada a pedido da direção: luzes âmbar filtradas por painéis rendados, cortinas longas que dançavam com a brisa suave, um tapete grosso e escuro sob os pés, uma poltrona de couro diante da câmera principal. A ambientação estava menos voltada ao espetáculo, e mais ao jogo psicológico que estava prestes a recomeçar.
No centro da sala, sobre um tapete escuro e espesso, Irina estava de joelhos. Sentada sobre os próprios calcanhares, com as mãos apoiadas nas coxas e o olhar fixo na tela ainda preta.