Assim como a aurora que desponta tímida no horizonte, anunciando novas possibilidades, um recomeço inesperado nasceu no momento em que os olhos azuis de Edward, antes mergulhados no escuro do coma, se abriram com um ímpeto assustado. A respiração presa no tubo de ventilação o sufocava, e em meio ao desespero de um corpo que já não reconhecia os próprios limites, ele se debateu na cama, tentando entender onde estava. O bip dos monitores acelerou e logo os enfermeiros correram em sua direção.
Kenji, o jovem enfermeiro de semblante calmo, foi o primeiro a segurar-lhe os ombros com firmeza. Enquanto removiam a cânula e Edward tossia, sentindo a garganta arder como se tivesse engolido fogo. Os olhos marejados denunciavam o peso de lembranças que voltavam com violência: flashes de uma garrafa, de