O silêncio era espesso, quase sólido, quando Irina atravessou o corredor de paredes escuras e chegou à porta marcada com o número XIII. Ao contrário do primeiro encontro, o caminho até ali não a intimidava mais. Ela conhecia as sombras, tinha aprendido a dançar dentro delas.
Usava um robe de cetim vinho, levemente aberto na frente, revelando a lingerie preta de renda que abraçava seu corpo com precisão cirúrgica. Os saltos altos retumbavam discretamente no chão de madeira envernizada. Quando a porta se abriu com um clique quase inaudível, ela entrou sem hesitar.
O ambiente à sua frente era diferente.
O cômodo era amplo, porém enclausurante. Não havia janelas, apenas espelhos. Espelhos do chão ao teto, nas quatro paredes, como se a realidade tivesse se multiplicado e preso ali dentro todos os seus reflexos, seus rostos, seus gestos, seus segredos. Ao centro, uma única cadeira de couro escuro, voltada para a grande parede da frente. Acima dela, uma câmera. Vermelha. Atenta.
Irina caminh