Andrews Smith
O barulho seco e metálico do isqueiro foi a única coisa que ousou quebrar o silêncio denso do meu apartamento. Um estalo curto, seguido pelo sopro breve da chama. Traguei o cigarro lentamente, sentindo a fumaça quente encher meus pulmões, queimei o ar por alguns segundos e soltei tudo devagar, como se estivesse marcando o tempo para algo que só eu sabia que estava prestes a acontecer.
Meus olhos se fixaram na caixa sobre a mesa. Não a original, aquela já estava a caminho, lacrada com precisão e enviada para o endereço exato onde precisava chegar. Aquela que estava diante de mim era apenas uma réplica. Uma lembrança muda, um fantasma do que realmente importava.
Eu não precisava estar presente pa