Ele avançou.
As mãos encontraram a cintura dela com uma precisão que parecia memória. Clarice riu baixo, aquele riso curto que tem mais metal do que açúcar, e puxou a nuca dele para perto. O primeiro beijo parecia uma correção de rota, uma linha que sai tremida e refaz o traço até acertar o peso exato.
Depois veio a pressa.
Mãos apressadas, respirações que se atropelavam, o som discreto de algo que cai no chão e rola até encostar no rodapé. A porta trancada virou um pacto. Houve a urgência dos vivos, a fome sem poesia, o encontro que acontece quando ninguém aguenta mais a própria pele.
E, qu