Natália Jonhson
O restante da noite escorreu suave, como mel quente escorrendo numa panela. Decidimos pedir comida por aplicativo, Matteo até tentou me convencer de que era um chef de primeira, mas nem eu nem o pequeno Joshua arriscamos.
Aquele enorme aparelho na sala parecia uma tela de cinema, e o ruivinho, pura energia, pulava de canal em canal a cada vinte minutos:
— Não quero mais esse desenho!
— Tia Natália, tem dragões nesse!
Dragões, príncipes encantados, cacofonias coloridas. Até que, exausto, ele caiu no meu colo, dormindo com a cabeça apoiada no meu ombro. Foi como se o mundo silenciasse para nós dois. Enquanto ele sonhava, Matteo me ofereceu vinho e um convite para conversarmos.
A conversa se desenrolou com uma intimidade inesperada. Ele continuou se abrindo de maneira sincera, revelando até a decisão, rara, de assumir Joshua como filho, apesar de não haver vínculo biológico. Seus olhos brilharam quando disse que quando segurou seu filho nos braços o amou naquele momento