61. Ilusão e Realidade
Brenda Ortiz
— Já vou, Olga!
Falo enquanto me recomponho tanto do sonho quanto da realidade. Arrumo um pouco o cabelo, pego o envelope, coloco-o dentro da caixa e logo abro a porta.
— Você dormiu? — Olga pergunta.
— Acabei adormecendo no sofá. Deve ter sido a champanhe. Sou fraca para beber. Mas cadê a música e a festa? — pergunto, notando o silêncio.
— Todos já foram embora, já passam das dez da noite. Ainda não fui porque estou aguardando meu crush chegar para ficarmos juntos na virada do ano.
— Hum... crush? Que novidade, hein! — sorrio.
— Espero que, desta vez, Deus me ajude e dê certo. Tô cansada de ficar sozinha, chorando, assistindo a uma comédia romântica na Netflix. Não tenho mais idade para isso.
— Você tem que parar de esperar por príncipes encantados e ser feliz.
— Príncipes são raridade, e os que existem já têm dona. — Ela me faz sorrir com sua espontaneidade.
(Som de buzina)
Bip... bip...
— A carruagem chegou. — Falo.
— Já vou. Feliz Ano-Novo para você, Brenda. Ah... o