FLORIAN
Não vejo a cara da mulher que conversa com Branca, mas pelas palavras que saem de sua boca posso afirmar que se trata de uma megera mal-amada e invejosa.
Enquanto escuto tudo, mudo de ideia sobre contar a ela os meus problemas. Ela já tem os seus próprios, que parece serem muitos.
Escuto tudo, a falação sobre o vestido e festa, o absurdo de deixar Branca careca, e o cúmulo de dizer que vão obrigar o meu anjo a casar com um babaca qualquer. Por cima do meu cadáver.
Fico escondido até a hora que escuto a porta bater com força indicando que a megera se foi.
Branca está parada, encarando a porta como se estivesse hipnotizada.
— Branca... — Ela continua imóvel. — Tudo bem?
— O show acabou. — São suas palavras antes de me deixar sozinho.
Não vou atrás dela. Não preciso de muito para entender que precisa de espaço.
Volto para cozinha e pego uma cerveja. Faz tempo que não bebo. Muito tempo mesmo. Na última vez que fiquei bêbado a minha mente ficou confusa e acabei oscilando entre as p