O vapor ainda pairava leve no ar, perfumado com lavanda e sândalo. Lyanna, envolta em um robe de tecido macio, penteava lentamente seus cabelos negros diante do espelho. A expressão era distante, os olhos focados em algum pensamento que não revelava.
Uma batida suave à porta interrompeu o silêncio.
— Quem deseja? — perguntou sem se levantar.
— Sou eu, minha filha — respondeu a voz grave e conhecida de Aldrak.
— Entra, pai — disse ela, deixando a escova repousar sobre a penteadeira.
Aldrak entrou devagar e fechou a porta atrás de si. Os olhos dele percorriam o quarto com familiaridade, mas era em Lyanna que sua atenção se fixava. Havia uma sombra de preocupação ali, mais densa do que de costume.
— Sei que está decidida a levar adiante aquele plano... com Kael — começou ele, andando até onde ela estava, mas sem se sentar. — Só quero que tome muito cuidado, Lyanna. Aquele garoto... é asqueroso. Manipulador. Quando ele quer algo, não mede consequências. Nem os próprios pais co