— Não seria tarde demais, minha carona está a caminho. — Eu menti, as palavras tendo um gosto amargo na minha língua.
— Você está fora há mais de cinco minutos. — Ele apontou. — Quanto tempo essa carona vai levar? — Ele perguntou, levantando as sobrancelhas ao dizer "carona".
— Um minuto. Dois? — Eu encolhi os ombros, tentando parecer despreocupada. — Vai chegar logo.
— Droga! Ana, entre no carro! Eu não sei qual é a emergência que você tem, mas pelo jeito que você saiu correndo, é óbvio que é muito importante. — A voz dele subiu um pouco.
Eu mordi os dentes e minha mão no telefone apertou.
— Tudo bem! — Eu disse com raiva e corri ao redor do carro para entrar no banco do passageiro da frente.
— Para onde vamos dirigir? — Ele perguntou, olhando para frente, com as mãos segurando o volante.
Eu franzi a testa. Por que ele tinha que dizer "nós"?
— Eu vou para as Clínicas Drey — Eu respondi enquanto me certificava de que o "eu" estava claro o suficiente para enviar a mensag