Estamos deitados.
Nossos corpos entrelaçados num abraço quente, silencioso. Ofegantes. Saciados.
A cabeça repousa sobre o peito nu de Lioran, e seus dedos deslizam pelos meus cabelos com uma delicadeza que contrasta com tudo que ele é. Com tudo que ele carrega.
— A gente não vai aguentar a noite toda sem uma fogueira. — ele murmura, voltando à realidade.
— Eu posso dar um jeito nisso.
Levanto devagar, recolhendo alguns gravetos secos espalhados pela caverna. A fogueira, esquecida pelo tempo, ainda está ali. Adormecida. Mas pronta.
Com paciência, acendo a chama. Ela desperta tímida, depois dança viva, lançando sombras nas paredes de pedra.
Lioran me observa, perplexo. Talvez pela habilidade. Talvez por eu só fazer isso agora.
— Por que não fez isso antes?
— E perder a desculpa perfeita?
Ele ri. Aquele riso rouco, que balança a cabeça em negação descontraída.
Eu retribuo. Tudo agora parece leve. Como se, dentro dessa caverna, o mundo lá fora não existisse. Como se as obrigações, os med