Desde que Francine enviou o vídeo para Dorian (com aquele tom provocador e leve que ele não estava acostumado a receber) algo entre eles começou a se transformar.
De forma discreta, quase imperceptível, a distância que os separava passou a ceder espaço a uma curiosa aproximação.
Nos primeiros dias, as mensagens trocadas seguiam um padrão prático e quase impessoal:
"Bom dia. O que temos para o café?"
Mensagens diretas, enviadas com o mesmo tom de comando que Dorian costumava usar com todos à sua volta.
"Dormiu bem?"
Francine, por sua vez, respondia com secura ou apenas com emojis — uma carinha sonolenta, uma xícara de café — como quem deixava claro que não estava disposta a ser bajulada.
Mas ele insistia. De forma sutil. De forma quase... encantada.
Vez ou outra, mandava uma foto da pilha de papéis acumulados sobre a mesa do escritório, com a legenda:
"Olha o que me espera hoje."
Francine respondia no mesmo tom, enviando uma imagem das verduras espalhadas sobre a b