A cabine reservada para Dorian era um contraste absoluto com o burburinho que tomava o restante do barco.
Ali dentro, tudo parecia calmo, organizado, com o perfume discreto de cedro e notas cítricas preenchendo o ar.
Ele estava sentado em uma poltrona de couro, a toalha quente repousando sobre o rosto enquanto o barbeiro ajustava os últimos detalhes em torno da barba.
— Mais curta, senhor Villeneuve? — perguntou o homem, meticuloso.
— Apenas aparada. — Dorian murmurou, a voz baixa, relaxada. — Ela gosta assim.
O barbeiro sorriu, compreendendo, e continuou o trabalho com precisão.
A lâmina desenhou o contorno do maxilar, deixando a barba curta e impecavelmente alinhada.
Nada exagerado, só o suficiente para destacar ainda mais os traços fortes e simétricos do rosto dele.
Quando a toalha foi retirada, Dorian abriu os olhos e encontrou seu reflexo no espelho.
Os olhos acinzentados, límpidos, estavam mais intensos do que nunca, talvez pela luz suave da janela, talvez pelas horas de ansieda