Francine desceu do avião com o coração disparado, como se cada batida denunciasse o peso da decisão que tinha tomado.
— Alô, Paris, Francine Morais chegou, vocês não perdem por esperar! — disse baixinho, enquanto descia do avião.
Paris não a recebeu com sorrisos, flores ou o charme que tantas vezes vira em filmes.
O aeroporto era barulhento, cheio de pessoas falando alto em uma língua que ela mal dominava, e por um instante, o arrependimento quase a sufocou.
Tinha mesmo sido sensato largar tudo e atravessar o oceano?
Segurando firme a mala de rodinhas, passou pela imigração e seguiu até a saída.
O frio que a envolveu logo que atravessou as portas de vidro era cortante, muito diferente do calor abafado que deixara para trás.
Puxou o casaco mais para cima e olhou ao redor, procurando um táxi.
— Taxi… hôtel, s’il vous plaît — murmurou, com seu francês hesitante, para o motorista de rosto sisudo que parou diante dela.
Ele a olhou de cima a baixo, como quem avalia a