O dia amanheceu silencioso na mansão Verdan. O sol mal atravessava as cortinas da sala de estar, tingindo os móveis de um dourado tímido. Camila tomou seu café em silêncio, observando Lucas brincar com seus blocos de montar, tentando se concentrar no momento. Mas a mente dela não deixava de vagar para a porta da ala leste, o quarto da mãe de Lucas, o segredo que Adrian guardava com tanta intensidade.
Ela tentava se convencer de que não estava curiosa, de que não precisava se aproximar. Mas o coração não obedecia a essas regras. Cada passo que dava na casa parecia levá-la para mais perto daquilo que não deveria tocar.
Lucas, percebendo a inquietação da babá, ergueu os olhos e perguntou:
— Mamãe… você vai brincar comigo hoje?
— Claro, meu amor — respondeu ela, sorrindo, mas o sorriso não chegava aos olhos. — Vamos montar uma cidade bem grande.
Ele sorriu e voltou para seus blocos, mas Camila não conseguia se concentrar. Cada vez que olhava para o corredor que levava à ala leste, sentia