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📖 CAPÍTULO 4 – O Homem Que Ele Se Tornou

Adrian sempre acordava antes do sol. Era um hábito, uma necessidade. O mundo dormia, mas ele estava desperto — mantendo controle, mantendo ordem, mantendo o caos interno trancado onde ninguém pudesse ver.

Hoje, porém, algo era diferente.

Hoje, quando abriu os olhos, a primeira imagem que veio à mente não foi uma reunião, um número, um prejuízo.

Foi Camila.

Seus olhos atentos.

A voz calma.

O toque gentil com Lucas.

E aquilo o irritou profundamente.

Não havia espaço para distrações em sua vida. Muito menos para mulheres. Não desde…

Ele respirou fundo, cortando o pensamento antes que se formasse completamente.

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A vida de Adrian sempre foi escrita entre expectativas e fracassos calculados. Cresceu sob o peso do nome Verdan — um sobrenome que significava dinheiro, poder, herança… e obrigações inescapáveis.

O pai, um magnata intransigente, moldou Adrian a golpes de disciplina e exigências.

“Não sinta.”

“Não hesite.”

“Não confie.”

Essas eram suas leis.

E Adrian seguiu todas.

Estudou nas melhores escolas, tornou-se o melhor em tudo, ganhou a empresa da família cedo demais. Mas havia uma única coisa que o pai não conseguiu controlar:

O amor dele por Elisa.

Elisa era luz. Riso. Música.

Era o oposto dele — e justamente por isso, irresistível.

Eles se casaram cedo. Tiveram Lucas.

E então… a tragédia veio rápido demais.

Elisa morreu num acidente de carro enquanto ele estava a milhares de quilômetros, assinando contratos que, no fim, não significavam absolutamente nada.

Adrian chegou tarde demais no hospital.

Tarde demais para segurá-la.

Tarde demais para pedir desculpas.

Tarde demais para dizer que ainda a amava.

E desde então, uma parte dele morreu junto.

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— Senhor Verdan? — Sílvia chamou da porta do escritório, tirando-o de seus pensamentos. — O café está pronto. A senhorita Camila está com Lucas.

A menção ao nome dela o fez cerrar os dentes.

— Ótimo. — Adrian respondeu, frio demais.

Mas nada estava “ótimo”.

Ele não gostava de como Lucas se agarrava à babá. Não gostava da forma como ela o encarava, firme e suave ao mesmo tempo. Não gostava da sensação de… ser visto.

Camila tinha olhos que enxergavam além da superfície.

E Adrian não gostava de ser lido.

Ele era um livro fechado. Devia continuar assim.

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Quando desceu para a cozinha e viu Camila abraçando seu filho, algo entrou em colapso dentro dele.

Protetor.

Possessivo.

Instintivo.

Ele odiou. E ao mesmo tempo… desejou.

Camila virou-se e seus olhares se encontraram.

Ele deveria desviar.

Deveria manter o controle.

Mas não conseguiu.

Por um instante, um único instante, sentiu algo que não experimentava desde Elisa.

Uma atração profunda, perigosa, indomável.

E isso o apavorava mais do que qualquer inimigo corporativo poderia.

---

Depois do café, Adrian caminhou com passos duros até a ala leste da casa — a ala proibida.

O corredor ali era silencioso, coberto por cortinas escuras.

E no fim dele, estava o quarto que ele nunca mais abriu.

O quarto de Elisa.

Ele parou diante da porta, sem coragem de tocar.

Respirou fundo.

E recuou dois passos.

Era sempre assim.

A dor era sempre mais forte.

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Horas depois, ao retornar ao escritório, encontrou Camila na porta, hesitante.

— Eu… não queria incomodar — disse ela, baixinho.

A voz dela mexeu com algo profundo, algo que ele desejava destruir.

— O que precisa? — Adrian perguntou, secamente.

— Lucas quer… você. Só por um minuto.

Ele fechou os olhos por um instante.

Um minuto.

Ele conseguia dar um minuto.

— Estou indo.

Passou por ela tentando não perceber o cheiro suave de seu cabelo, a proximidade quente, a forma como ela respirava devagar para se manter firme.

Tão forte.

Tão frágil.

Tão perigosa.

Porque Camila não era apenas bondosa.

Ela era uma ameaça silenciosa ao mundo que ele construiu.

Ela era emoção.

E emoção era o que Adrian jurou nunca mais sentir.

Mas quando Lucas correu para seus braços e Camila observou a cena com brilho nos olhos… algo dentro dele cedeu.

Uma rachadura.

Uma brecha.

Um início.

E por mais que Adrian tentasse negar, era tarde demais:

Camila Andrade tinha acabado de entrar onde ninguém mais conseguia — dentro do único lugar que ele jurava proteger: seu passado.

E agora, seu coração.

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