Início / Romance / Babá por Acidente, Esposa por Destino / 4. O Peso de dois braços pequenos.
4. O Peso de dois braços pequenos.

Afundou no sofá, segurando Noah com cautela.

— É só isso que você queria? Você só quer que alguém te segure?

Noah o olhou com aqueles olhos grandes e curiosos, sem entender nada, mas com uma expressão que falava mais do que mil palavras. Um olhar que implorava por um lar. Por segurança. Por alguém.

E pela primeira vez em muitos anos, Dominic De Santis se sentiu vulnerável.

Completamente exposto. Ele, que era conhecido por ser implacável, frio e calculista, agora estava sentado em seu sofá, com um bebê nos braços... e um nó na garganta.

Mas antes que pudesse sequer compreender a profundidade daquele instante, um som desagradável o arrancou de seus pensamentos.

Um estalo molhado. Aquele som inconfundível.

— Oh, Deus. Por favor, não… — sussurrou.

O cheiro veio logo depois.

Ele fez uma careta de nojo e afastou Noah do corpo.

— Sério isso? Você fez isso agora?

Dominic colocou o bebê no sofá, deitou-o com todo cuidado e desabotoou a roupinha. Abriu a fralda com hesitação. Ao ver o conteúdo, imediatamente a fechou de volta com expressão de pânico.

— Puta merda! Como isso é possível, garoto? — Resmungou, tentando afastar o cheiro com a mão.

Noah, como se zombasse da sua situação, abriu um sorriso inocente. Dominic estreitou os olhos.

— Você só pode estar brincando comigo...

Olhou em volta procurando uma fralda limpa. Nada. Nina havia dito que tinha a lista. Ele deveria ter passado para comprar as coisas. Mas não passou.

— Ótimo. Claro que eu ia esquecer da porra das fraldas.

Bufando, Dominic fez o que podia. Pegou uma toalha pequena da cozinha, limpou o bebê como pôde, fechou a roupinha de volta e o enrolou num cobertor leve. Colocou-o de volta na cadeirinha e se levantou, decidido.

— Parece que vamos ter que sair agora, campeão.

Desceu com a cadeirinha até o estacionamento e a colocou no banco de trás. Revirou os olhos ao lembrar do que Lucca dissera: “Sempre prenda bem a cadeirinha.”

Com paciência forçada, Dominic prendeu o assento como havia aprendido. Depois entrou no carro e ligou o GPS.

— Onde eu encontro uma loja de bebê aberta a essa hora? — Murmurou, digitando a busca.

Para sua sorte — ou azar — encontrou uma a vinte minutos de distância. Colocou o endereço e dirigiu, com Noah quieto no banco de trás. O carro cheirava vagamente a talco e desespero.

Ao chegar, estacionou em frente à loja, que parecia brilhante demais para aquela hora da noite. Pegou um carrinho de compras e colocou a cadeirinha com Noah dentro. Empurrou pelo corredor até encontrar as placas que indicavam produtos infantis.

O setor era um universo à parte. Fraldas de todos os tamanhos e marcas, lenços umedecidos, mamadeiras, roupas, brinquedos... tudo com cores suaves e personagens fofinhos. Um pesadelo para alguém como Dominic.

Ficou parado olhando as prateleiras, completamente perdido. “Fraldas RN, P, PP... absorção noturna, toque seco, hipoalergênicas... que merda é isso tudo?”

Seu celular tocou. Tirou do bolso e atendeu, afastando-se um pouco do carrinho.

— Fala. — disse de forma ríspida.

Enquanto falava, não percebeu a movimentação perto do carrinho. Uma mulher, jovem, morena, com um bebê no colo, sorriu ao ver Noah. Tocou na cadeirinha e o bebê, como se reconhecesse a simpatia, abriu um sorriso.

Dominic ainda discutia algo ao telefone, impaciente.

— Sim, sim, eu vou resolver isso amanhã. Não, não quero saber da reunião das oito. Cancelem. Eu estou ocupado. — Ele desligou e virou-se de volta para o carrinho... e parou por um segundo.

A mulher ainda estava ali, sorrindo para Noah.

— Que bebê mais lindo — comentou ela, sem notar o olhar fulminante de Dominic.

— Obrigado — respondeu seco.

— Ele é seu?

Dominic hesitou. Quis responder "não", quis dizer que era só uma situação temporária. Mas as palavras morreram na garganta.

— É. — disse por fim, sem encará-la.

A mulher assentiu com um sorriso compreensivo e se afastou.

Dominic soltou um suspiro, pegou três pacotes de fraldas aleatórias, alguns lenços umedecidos e mamadeiras. Passou tudo no caixa e saiu rapidamente da loja, como se estivesse fugindo de um pesadelo.

De volta ao carro, olhou para Noah, que dormia serenamente na cadeirinha.

— Sabe, garotão... você está acabando com minha reputação. E com minha paciência. — resmungou, mas com um meio sorriso no canto dos lábios.

Ligou o carro e seguiu de volta para casa, sem saber que aquela noite havia marcado o início de algo muito maior do que poderia imaginar.

Algo que ele não podia mais fugir.

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