Vincenzo D' Angelis
O silêncio no carro era denso, opressor, enquanto eu e Guilhermo deixávamos para trás o galpão onde realizamos o interrogatório. A estrada deserta à nossa frente parecia se estender infinitamente, refletindo o turbilhão de pensamentos que ecoavam em minha mente. Guilhermo dirigia com o maxilar cerrado, os dedos tão firmemente apertados no volante que as juntas estavam brancas. Nenhum de nós ousava quebrar o silêncio. Eu sabia que, assim como eu, ele processava cada palavra dita pelo prisioneiro. As informações eram vagas, mas uma coisa estava clara: alguém próximo, alguém do conselho, estava tentando me destruir.
O plano não era apenas desestabilizar minha liderança - era um ataque direto à minha honra, à minha família. Estavam usando Enrico, meu filho, como um ponto fraco. A ideia de que ele, com apenas dois meses de vida, já era alvo de intrigas, me enchia de uma fúria que queimava como um inferno dentro de mim.
Chegamos à mansão dos D'Angelis ao cair da noite, as