MAITÊ
5 meses haviam se passado . Era um daqueles dias em que o silêncio da casa parecia gritar. Arthur tinha viajado na noite anterior, uma viagem curta para resolver pendências da Império com um grupo de investidores americanos. Ele insistiu para que eu e Benício fôssemos junto, mas eu recusei. Achei que um pouco de rotina não faria mal.
A verdade é que, desde que tudo mudou, minha cabeça ainda lutava contra os fantasmas do passado. Estar sozinha com Benício me trazia paz, mas também reflexão. E uma parte de mim — talvez a mais orgulhosa — ainda não sabia exatamente onde eu pisava com Arthur. Estávamos bem, sim. Mas estávamos firmes? Ou vivendo em suspensão?
Dei mamadeira, arrumei a mochila dele, o cobertorzinho preferido, e saí. O parque perto de casa era tranquilo naquela hora da manhã. Algumas mães empurravam carrinhos, casais caminhavam de mãos dadas, cachorros latiam soltos. Peguei um banco perto de uma árvore e sentei com Benício no colo. Ele olhava tudo com a curiosidade de q