O ECO DA AUSÊNCIA
Fiquei olhando por alguns segundos — talvez minutos — a imagem diante de mim.O senhor Dean sentado na poltrona, com a pequena Roxy aninhada nos braços, balançando-a com tanto cuidado, tanto amor, que o tempo pareceu parar.A luz que entrava pelas cortinas desenhava os contornos do rosto dele, e havia ali algo puro, quase sagrado.Por um instante, eu esqueci quem era quem.Esqueci que estava naquela casa apenas como babá.Tudo o que vi foi um homem segurando sua filha como se o mundo inteiro coubesse naquele gesto.Aquele quadro — pai e filha — rasgou algo dentro de mim.Senti a garganta arder, e antes que as lágrimas me denunciassem, pedi licença com um fio de voz:— Com licença, senhor, volto em um instante.Ele assentiu distraído, completamente imerso naquele pequeno milagre adormecido em seus braços.Entrei no banheiro e fechei a porta devagar.O som do clique ecoou como um suspiro pr