MATHIAS
Observei Maya atentamente. Estávamos na sala onde costumava ficar sempre que um imprevisto me impedia de sair do hospital antes do sol nascer. Ali, cercado pela penumbra e pelo silêncio, eu podia sentir o nervosismo que tomava conta dela.
Seu olhar inquieto, a respiração um pouco acelerada, as mãos inquietas no próprio colo. Eu queria fazê-la relaxar. Com delicadeza, segurei sua mão e a conduzi até o sofá. Sentei-me ao lado dela e, sem pressa, a puxei para perto, envolvendo-a em um abraço aconchegante.
Senti quando ela finalmente cedeu, apoiando a cabeça em meu peito enquanto eu passava os dedos pelos fios de seu cabelo, deixando beijos suaves em sua testa e têmporas.
Tínhamos uma hora de descanso antes de voltarmos ao expediente, e eu queria aproveitar aquele tempo para afastá-la de qualquer resquício do medo que a consumiu mais cedo. No entanto, algo me chamou a atenção. A blusa que Maya vestia não combinava com a temperatura daquela noite.
Eu já a havia visto usando aquela