— David, foi perfeito, obrigada.
— Almoçamos amanhã?
— Eu… não sei…
Ele desligou o carro e se ajeitou no assento para me encarar de um jeito efusivo.
— Não começa a fugir de mim, vamos aproveitar.
Quando resolvi ceder na boate, melhor dizendo, dar ouvidos ao meu coração que gritava, fiz duas promessas de dedinho. A primeira: ia curtir o momento intensamente, e a segunda: ia apagar tudo da memória logo que a distância sentenciasse a nós dois. Se seguisse o plano não teria erro, não é mesmo?
Mas quem disse que havia espaço para o meu lado racional? Quem ditava as regras nessa parada era o meu coração sonhador, apaixonado e meramente corrompido por aquele homem.
Um sonho, intitulei assim o que vivemos em Angra. Não queria acordar, mas tinha, inevitavelmente eu tinha. Por mais que me esforçasse a esquecer que David e eu éramos chefe e funcionária, por mais que tentasse submergir aquela realidade, ela sempre ressurgia como um aviso, ou até