“Um sopro, Ana”
— Qual o significado dessa frase, mãe? — perguntei, tentando capturar o olhar de mamãe. — Mãe, fale comigo.
Ela soltou o buquê que se espalhou no chão, olhei para os botões de rosas vermelhas descartados aos meus pés e senti medo, muito medo. Mas não podia expor aquilo a ela. Voltei para a mulher que iniciou uma procissão árdua até o sofá, sentou-se e cobriu o rosto com as mãos. Ali a fortaleza Ana se desfez, um choro doído e agudo explodiu na sala.
Meu coração partiu em mil pedaços.
As rosas eram o aviso excruciante dado sempre que o diabo estava prestes a ser solto. Só que daquela vez tínhamos muita coisa em jogo, tudo que conquistamos nos anos anteriores não podia ser colocado dentro de uma caixa e transportado por um caminhão para outra