Eu prometo

Mais tarde, no hotel, eu já me sentia revigorada. Minha mãe ligou para que eu me acalmasse, me dizendo que estava tudo bem. Mas eu já estava pronta para voltar.

Colle bateu na porta do banheiro e entrou. Olhei para ele pelo reflexo do espelho, seus olhos encaravam os meus e havia algo neles que eu nunca tinha visto. Seus olhos eram infelizes. Preocupados. Despedaçados.

Continuei a pentear meus cabelos, mas sem desviar o olhar do seu.

— Nós nunca deveríamos ter voltado aqui — ele começou.

— Não — disse suavemente. — Não vamos pensar nisso agora.

Ele baixou o olhar e depois o prendeu no meu mais uma vez.

— Eu vou pegá-lo.

Encarei suas mãos que estavam fechadas em punho, notei também que suas mãos estavam machucadas, os nós inchados e com algumas contusões, como se tivesse socado uma parede de concreto. Quando ele percebeu meu olhar, abriu as mãos, fechando-as em seguida e repetindo o movimento, para o sangue voltar a correr.

Caminhei até ele e peguei nas suas mãos.
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