Ren Mori era o quase centenário dono do restaurante japonês ao lado da loja do meu pai. Odeio comida japonesa, mas todos os dias, desde a minha adolescência, ele religiosamente me mandava um prato especial preparado por ele mesmo, na esperança de que eu aceitasse os seus pedidos de casamento. Eu costumava devolver o prato com um recadinho agradecido. Se estivesse em um dia ruim, era um bilhete desaforado. Com o passar dos anos, Suze, Kate ou meus filhos convenientemente começaram a aparecer para desfrutar de um almoço grátis. Obviamente, escondíamos essa história de Raul. Ele era capaz de bater no pobre velho se descobrisse.
— O quê? É claro que não!<