No mês seguinte, eu já estava fascinada com a ideia de ter Liz na minha vida. Trocávamos mensagens o dia todo e, várias vezes por semana, encontrávamos uma maneira de encaixar seu horário de estudante/estagiária com minha rotina de mãe assalariada, para nos vermos escondidas. E mesmo trabalhando e estudando a maior parte do tempo, ela sempre dava um jeito de me surpreender, como no dia em que apareceu sem avisar na loja do meu pai, com sua inseparável bicicleta.
— O que você está fazendo aqui? — perguntei, alvoroçada. Ela estava linda como sempre. O cabelo preto enrolado com perfeição nas pontas rosa e ela usava um short que deixava à mostra todas as tatuagens, as quais agora eu conhecia de cor: nos braços, duas bonecas, Alice e Coraline, tiradas de seus livros favoritos; no pulso, o nome de Lucas. Ela ainda não havia me contado a história, mas graças à Suze, eu sabia que era uma homenagem ao irmão. Nas pernas, o corvo com lágrimas e a minha preferida: a caveira mexicana. — Como desco