Ethan se esparramava distraidamente no sofá, rolando para cima as nossas mensagens antigas. A luz azul do celular projetava sombras duras sobre seu rosto, realçando as olheiras profundas sob seus olhos.
Nos últimos seis meses, nossas conversas tinham sido patéticas.
— Quando foi a última vez que ela realmente iniciou uma conversa? — Murmurou para si mesmo, o polegar deslizando para cima pelo histórico de mensagens.
A maioria das mensagens era minha, perguntando se ele tinha comido na hora certa, se tinha dormido bem. Perguntas simples que recebiam respostas de uma só palavra: “Sim.” “Bem.” “Depois.”
E sem exceção, no dia seguinte à sua visita ao quarto de Victoria, eu não respondia nenhuma de suas mensagens. Não importava quantas vezes ele me mandasse algo. Nem o que dissesse.
Era minha forma de expressar raiva. Um protesto silencioso ao qual ele já havia se acostumado a ignorar.
As mensagens foram diminuindo até que, uma semana atrás, eu parei de perguntar sobre sua rotina. O último f