Ava Narrando
Théo entrou no quarto vermelho, respirando fundo, com o maxilar travado e o olhar perdido. Passou a mão pelos cabelos, bagunçando tudo, e foi direto pra varanda. Eu fiquei sentada na cama, observando ele tentar puxar o ar com mais calma, mas claramente sufocado. Era o tipo de coisa que me deixava inquieta, sem saber como ajudar.
— Tá tudo bem? — perguntei, mesmo sabendo que a resposta seria um silêncio.
Ele não respondeu. Só continuou ali, apoiado no parapeito, encarando o céu como se estivesse implorando por paz. Entendi o recado: ele precisava de espaço. Mas também entendi o motivo. E foi aí que alguma coisa dentro de mim virou uma chave.
Me levantei sem dizer mais nada, saí do quarto e desci as escadas com passos firmes. Se tinha uma coisa que eu não ia permitir era ver o Théo, dentro da própria casa, se anulando por conta de situações que claramente estavam desgastando ele. Eu sempre procurei manter a paz, evitar confronto, mas dessa vez não dava pra ignorar.
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