As Ilhas Verdes acordaram antes de mim. Do lado de fora, o mar já repetia sua coreografia de sempre; do lado de dentro, eu repetia a minha: olhar o teto, mudar de lado, checar o celular, fingir que estou ótimo. Dormir? Talvez na próxima vida.
— Você está encarando esse teto como se ele fosse responder — disse Keven, aparecendo na porta com duas xícaras. Camisa de banda, bermuda, pulseiras pretas e um humor perigosamente matinal. — Café preto pro namorado que pensa demais. E chá gelado pro namorado que mente menos. Sou generoso.
— Eu quase acreditei que isso foi romântico. — Sentei, cabelo em revolta, coração em marcha atlética. — Obrigado.
Ele entregou a xícara, sentou na beira da cama e me observou um segundo longo demais, como se estivesse conferindo o estado do meu firmware.
— Plano do dia? — perguntou.
— Segurar a mão da noiva sem esmagar. Dizer “perfeito” para as flores ainda que eu não saiba a diferença entre champanhe e off-white. E… — tomei um gole — tentar não morrer de ansie