A fazenda dormia.
Os risos e a moda de viola foram substituídos pelo silêncio profundo da madrugada. A lua, alta, derramava uma luz fria sobre os jardins e o lago.
Natália estava acordada, sentada à beira da cama, ainda com o vestido do jantar, ela tocava o broche. As palavras de Fernando ecoavam em sua mente, misturadas à lembrança dos olhares da mãe e da irmã, tão cheios de admiração… e de engano.
Levantou-se devagar e saiu do quarto, tentando não fazer barulho.
Os corredores estavam escuros, e o som distante de um relógio marcava o tempo com batidas lentas.
Quando alcançou o jardim, o vento noturno a envolveu, trazendo o aroma do campo molhado e o farfalhar das folhas.
A capela ficava afastada, caminhou até lá em silêncio, o coração apertado, sentindo as lágrimas ameaçando transbordar antes mesmo de chegar.
A porta rangeu levemente ao se abrir. Dentro, o ar estava frio e as velas do altar apagadas, mas a luz da lua entrava pelos vitrais, desenhando feixes prateados no chão de made