— Nesse caso, podemos ir para uma de minhas casas. Quem sabe em Angra dos Reis? — a voz de Fernando soava sedutora em seu ouvido era carregada de tranquilidade. — Lá teremos apenas o céu estrelado e o som das ondas. Poderemos passear de iate sem ninguém para nos incomodar.
— Que proposta tentadora… — o tom de Natália pingava ironia. — Aposto que muitas das mulheres que você conhece dariam tudo para estar no meu lugar. Mas eu não sou uma delas. Sua casa, seu iate, seu dinheiro… nada disso me interessa. — ela ergueu o queixo, os olhos faiscando de desprezo. — Deve haver outra alternativa, porque essa não me serve.
O sorriso de Fernando se desfez por um segundo, substituído por um brilho gélido nos olhos. Qualquer outra no lugar dela teria se rendido, mas Natália ousava desafiá-lo. Então ele riu baixo, um som cortante.
— Claro que sim. Mas não posso esquecer o carro roubado… nem o fato de você ter assumido a identidade de outra pessoa. — a voz dele agora era afiada, um golpe certeiro. —