Ela desviou os olhos, inventando às pressas:
— Eu… peguei carona. O motorista desviou o caminho e… eu acabei ficando sozinha.
Carlos arqueou a sobrancelha.
— Sua história está confusa. Como aceitou carona de um estranho?
— Eu ia pagar! Tenho dinheiro.
Ele soltou uma risada breve, mas sem humor.
— O pagamento que ele queria provavelmente não era dinheiro, não é? Onde está esse bondoso motorista?
Natália sentiu os olhos arderem, mas resistiu às lágrimas.
— Ele saiu do carro por um momento… e eu fugi. Peguei o carro… mas ia devolver assim que chegasse a um posto.
Carlos estreitou os olhos, sério.
— Astuta. — A voz dele agora soava áspera. — Parece saber se virar sozinha. Então… boa sorte.
Ele tocou o chapéu e virou em direção ao carro. Natália arregalou os olhos, em choque. Ia deixá-la ali? Correu atrás dele.
— Senhor, por favor! Não me deixe aqui sozinha!
Ele se virou abruptamente, a luz dos faróis iluminando o rosto dele, agora com traços duros e irritados.
— Já disse para que lado fic