Capítulo 2

Clarice Martins

— E por quê eu iria? — era apenas uma pergunta retórica, pois minhas pernas davam passos ao seu lado, com auxílio da mão dele na minha lombar, deslizando, por vezes, até o lado da cintura. A fraqueza causada por ele ou pelo coquetel se tornava presente no meu corpo.

Com um sorriso quase imperceptível, o homem se inclinou um pouco na minha direção. Mesmo com seu grande porte físico, ainda conseguia me guiar por entre a multidão com facilidade.

— Já está vindo comigo. — Não precisou usar o tom de zombaria, eu sabia bem que se tratava de uma.

Tentei parar, quase tropeçando nos meus próprios pés.

— Ei! Não aconselho tentar nada. — Quase gargalhei, mesmo que quase tivesse virado uma cena ridícula comigo no chão parecendo uma massa mole, ainda assim, estava feliz por não ter acontecido.

“Eu sou demais. Mesmo bêbada, ainda consigo manter o pouco equilíbrio que me resta.” Comemorei internamente.

Sua sobrancelha arqueada me mostrou o quanto não havia sido engraçado para ele. Mesmo assim, me guiou pela multidão.

— Sequer pensei. — O ouvi murmurar.

Por um lado, as palavras dele me fizeram ficar pensativa, de forma negativa, senti-me rejeitada e não me agradou o sentimento.

“Não pensou em ficar comigo? Nem ao menos tentar flertar?” De repente parecia haver algo de errado com a minha aparência.

“Não escolhi o vestido certo?” Fiquei confusa, encarando o tecido novamente, para mim, ele caía perfeitamente bem, denotando as curvas bonitas do meu corpo.

— Há algum problema? — Perguntei, erguendo meu queixo.

O estranho abriu uma porta aleatória do corredor VIP, caminhou até a outra extremidade do quarto gigante e abriu a porta do banheiro.

— Eu a deixo aqui.

Caminhei até ele sem hesitação, pouco me importava a falta de água no rosto agora, a lucidez chegaria depois.

Naquele momento, minha determinação me ajudou a caminhar reto.

— O que ocasionou sua falta de interesse em mim?

Os olhos azuis se tornaram escuros enquanto fui novamente avaliada.

— Sua busca pelo lavabo era real?

Não me importei em como soou acusatório da sua parte, eu só queria mostrar o quanto eu poderia ser atraente aos seus olhos.

Outro homem não havia me interessado, apenas o grande desconhecido formado em músculos e beleza.

Levantando os braços com rapidez, enlacei cada um ao redor de seu pescoço grosso.

— Isso não era um truque. — Revelei diante da sua sobrancelha erguida.

A falta de recusa da sua parte me deu coragem para seguir em frente e atacar um homem pela primeira vez na vida.

Suas mãos grandes cobriram minha cintura no momento em que estiquei o pescoço e os pés para chegar aos seus lábios.

Arrependimento para quê? Amanhã não recordarei de nada.

“Não passará de um sonho bom.” Avancei com fome quando os dedos quentes apertaram minha cintura.

Em segundos, eu estava no sétimo céu.

O gosto de bom e quente da sua boca, em conjunto com a muita experiência dele na arte, levou meu corpo a subir a temperatura em segundos. Foi uma luta travada, uma guerra de línguas, a força dos dedos longos sendo medida na minha cintura.

Quando o ar faltou, beijos foram traçados sem culpa no meu pescoço exposto. Um pequeno gritinho saiu de mim quando suas mãos deslizaram para o bumbum, apertando com força calculada, me empurrando para cima. Dedos deslizaram queimando minha pele, enquanto outros ficaram na outra nádega, sua mão quase se fechou por inteira na volta do meu joelho, puxando meu vestido para cima de forma sutil. A posição me permitia enlaçar minhas pernas ao seu tronco.

— Vai se arrepender de me abordar assim. — Declarou o homem.

Estava na minha melhor noite. A sensação de estar nos braços de um homem tão viril, másculo e sedutor, além de ter um corpo grande e altura considerável. Era a melhor sensação já imaginada.

Não precisamos de nomes ou histórias, era apenas uma noite e nada mais. Tudo que necessitava amanhã era seguir em frente agradecendo pela amnésia que viria.

Ele não me carregou para lugar nenhum, não me perguntou se queria a cama ou chão, o chuveiro, mesa ou sofá. Apenas deu um passo largo para o lado, me pressionou contra a parede, um canto perto do banheiro.

O som ouvido no cômodo era preenchido por meus gemidos misturados com sua respiração forte e ofegante.

Houve uma expansão por meu corpo, parecia um passeio não guiado de um turista a um novo continente. Eu estava limitada a apertar seus ombros por cima da roupa, arranhar abaixo do seu pescoço onde conseguia e nas costas largas, além de apertar as panturrilhas em seu tronco.

— Segura! — Ordenou, com um toque de mão apertando minhas pernas.

Obedeci ansiosa. Ele capturou a barra do meu vestido e rapidamente o puxou para cima. O que havia sido tão complicado para colocar, agora tinha sido fácil de tirar. O chão virou o novo lugar dele.

As mãos correram por meu corpo semidesnudo.

— Ainda tem roupas demais. — Reclamou com rouquidão sexy.

Arrebatou meus lábios novamente, me apertando contra seu corpo muito vestido e a parede.

Sentia seus músculos abaixo da roupa, a ansiedade me consumindo, o desejo me afogando.

— Parece ansiosa.

— Muito. — Declarei sem remorso.

— Quer acabar logo com isso?

— Quero começar logo, com tudo isso. — Arranhei o início do seu peitoral, insinuando o meu desejo de vê-lo sem tecido algum.

Um sorriso foi visto, o quarto estava iluminado o suficiente, para minha sorte, podia venerá-lo de perto.

Ele me colocou de volta no chão depois de mais um aperto nas minhas nádegas, mostrando o quanto gostou daquela parte.

Se afastando apenas o suficiente, ele passou dois dedos por minha franja.

— Você quer tirar?

Meus olhos correram por seu grande porte, um sorriso quis surgir muito luminoso no meu rosto, mas o impedi de seguir, prendendo-o com os dentes no canto esquerdo.

— Se divirta. — Ele permitiu.

Com o sinal dado, vindo do homem mais atraente que eu poderia ter sonhado, obtendo a chance de ficar, me transformei em uma mulher desinibida.

A oportunidade não se apresentaria para mim novamente, então me joguei, sem paraquedas.

Retirei toda a parte de cima com pressa, uma tatuagem me chamou atenção, subi os olhos para encontrar os seus.

— Não se distraia agora!

— Não se acostume, não sou obediente o tempo todo, a não ser com meus superiores. — Avisei.

— Hoje será.

Não respondi, puxei suas calças, faltando apenas a última peça.

Quando meus dedos chegaram ao cós, ele me virou contra a parede, o som do meu riso foi ouvido.

— O parque fechou.

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