Capítulo 187
Ezequiel Costa Júnior
A casa estava estranhamente silenciosa quando chegamos da casa dois. Mariana subiu as escadas devagar, a mão ainda apoiada na barriga, o rosto visivelmente cansado. Ela parou na porta do quarto, olhou por cima do ombro e sussurrou:
— Vou tomar um banho, amor. Só uns minutos…
Puxei-a pela cintura antes que ela desaparecesse. A beijei com calma nos lábios.
— Vai, toma seu banho e dorme um pouco. Você precisa descansar. Eu cuido de tudo. Não vou te incomodar.
— Você nunca incomoda, Don. — disse com um sorriso.
— Mesmo assim... Descanse.
Ela assentiu, e seu sorriso me fez esquecer — por alguns segundos — que o mundo lá fora ainda queria nos engolir.
Quando a porta do quarto se fechou, respirei fundo, segui para o escritório, não demou muito e ouvi três toques na porta, vi pelas câmeras que era Avelar.
— Entra, Avelar.
Ele entrou com a postura tensa, ajeitando a roupa, mas com uma expressão que me desarmou um pouco.
Ele