Capítulo 34
     Mariana Bazzi
   A sala caiu em um silêncio pesado. Até a música lá fora parecia abafada, como se o mundo esperasse a resposta dele tanto quanto eu.
   Ezequiel não se moveu. Não afastou as mulheres. Não soltou o copo. Nem se deu ao trabalho de se levantar. Apenas me encarou, olhos semicerrados, o tom arrastado de quem tinha bebido mais do que devia — ou fingia muito bem.
  — Você não tinha autorização pra sair — disse ele, a voz cortante, fria como gelo recém tirado do balde de uísque — É minha prisioneira, porra!
   Eu estremeci, mas não retrocedi.
  — Você tá falando sério?
  — Prefere voltar pra casa... — ele continuou, passando a mão distraidamente no braço da garota sentada à esquerda, que sorriu como uma idiota — ...ou quer que um dos meus homens te carregue de volta e te tranque no quarto até eu chegar?
   Meu coração desceu até o estômago.
  — Tenta — desafiei, sem nem saber de onde tirei força. — Mas vai precisar de mais que um deles pra conseguir.
   Minha