Capítulo 147
Ezequiel Costa Júnior
O cheiro de sangue ainda estava nas minhas mãos, mesmo que eu as tivesse lavado umas quatro vezes. Porém a imagem de Vlades tremendo, quebrado, implorando pela vida… não sairia tão cedo da minha mente, só isso já era uma ótima recompensa. Ainda teve o Malcon. Pelo menos agora não vou mais precisar olhar pra nenhum desses infelizes.
Subi as escadas do galpão com os ombros pesados. Mauro me esperava do lado de fora, fumando um cigarro barato e olhando pro céu cinza.
— Queime os corpos — ordenei. — Os dois. Quero cinza. Sem chance de reconstrução.
Ele assentiu, jogando o cigarro no chão e apagando com a bota.
— Entendido. Vai querer que enterre a cinza ou jogue em algum lugar?
— Jogue no esgoto. É o que eles eram.
Quando entrei na sala, passei direto pelos corredores sem dizer uma palavra a ninguém. Tirei as roupas manchadas, joguei no cesto de lavanderia como se fossem lixo tóxico, e entrei no banho.
Quando saí, já mais satisfe