Capítulo 168
Mariana Bazzi
O baque do corpo de Sidnei no sofá fez eco no meu peito como um alívio parcial. Só parcial. Porque aquilo ainda não era o fim. Ainda não era o suficiente.
Meu pai largou o pescoço dele, e o desgraçado tossia e babava tentando recuperar o ar, mas ninguém ali sentia pena. Nem um pingo.
Me aproximei, fria. Com a arma ainda apontada para ele.
— Vamos levar esse infeliz pra um lugar diferente. Não quero sujar mais a casa da minha mãe com esse lixo.
— Casa da mãe? Essa porra é minha! — gritou.
— Sua? Você não tem mais nada, seu desgraçado!
Vou arrancar cada centavo que tirou da minha mãe e já vai entender como. E essa casa, os bens, já era. Se quiser te deixo vender a alma para o diabo. Com sorte ele te deixa passar a eternidade abanando ele no fogo do inferno.
— Você é louca! Como mudou tanto, Mariana?
Sidnei tentou puxar a calça caída, os dedos trêmulos e sujos. Mas meu grito veio seco, rasgado:
— Se abaixou essa porra, vai deixar assim!