Capítulo 142
Mariana Bazzi
Eu estava ali, ao lado da minha mãe, com o coração batendo tão alto que parecia ecoar nos meus ouvidos. Tinha trazido ela porque precisava de respostas. Precisava que fosse ela a encarar aquele homem — aquele que dizia ser meu pai. Mas no instante em que os olhos dos dois se cruzaram, algo se quebrou dentro de mim.
— Amor… — ele disse, com a voz rouca, ensanguentada, como se isso bastasse para reconstruir qualquer passado — Diz que lembra de mim, da gente...
Minha mãe parou, respirando com dificuldade. Eu senti o peso do corpo dela vacilar sobre o meu braço, então a segurei mais firme. Ela encarava aquele homem com confusão e espanto, como se quisesse arrancar do fundo da mente uma memória que simplesmente não existia.
Minha mãe piscou. O olhar dela ficou perdido por um segundo. Eu prendi a respiração. Mas então ela balançou a cabeça — devagar, firme.
— Não. — respondeu. A voz dela, ainda fraca, estava estável. — Não lembro de nada disso.
Ele so