POV Killian
O corredor do hospital parecia interminável. As luzes brancas, o frio cortante do ar-condicionado e o cheiro de álcool só reforçavam a sensação de vazio.
Eu estava sentado, os cotovelos apoiados nos joelhos, a cabeça baixa, tentando domar a fúria que latejava no meu peito.
Amara dormia, vencida pelo efeito dos remédios, depois de quase ter me escapado outra vez. Cada vez que eu fechava os olhos, a imagem dela desmaiando diante de todos voltava como uma tortura. Minha ex-esposa. Minha mentira mais cruel. Minha verdade mais dolorosa.
E eu, impotente, aguardava.
Desde o momento em que soube da gravidez, a sensação de estar fora de controle me devorava. Eu, que sempre tive domínio de tudo, dos negócios, das decisões, da minha própria imagem, estava ali, reduzido a um homem com medo.
Medo de perder, medo de falhar. E, no fundo, raiva. Raiva dela por ter mentido. Raiva de mim por ter acreditado.
Passos firmes ecoaram. Não precisei levantar o rosto para saber quem era. Dominic.
E