POV Amara
Quando abri os olhos, o teto branco do hospital me pareceu uma tela embaçada. Por um segundo, não soube se estava viva ou apenas sonhando.
A lembrança do acidente voltou como um soco no peito, e só então minha mão disparou para a barriga.
— O bebê… — minha voz saiu rouca, quase um sussurro.
A médica ao lado da cama segurou minha mão com firmeza.
— Está tudo bem. Ele é forte. Você também. Só sobreviveu porque o pai do bebê agiu rápido. Mas precisa de repouso absoluto, entendeu?
Um soluço escapou antes que eu pudesse controlar. O alívio era tão brutal que doía. As lágrimas desciam sem permissão, molhando o travesseiro. Minha palma se espalhou sobre a curva ainda pequena do ventre, como se eu pudesse protegê-lo ali, para sempre.
Foi então que percebi. No canto do quarto, imóvel, estava Killian.
Eu sorri para ele, instintivamente. Agradecida. Aliviada. Ainda assustada. Mas o sorriso morreu em mim quando vi seu rosto.
Havia alívio, sim. Mas havia também outra coisa.
Um olhar duro