POV Amara
Os dias no hospital eram todos iguais: teto branco, cheiro de antisséptico e aquela sensação sufocante de estar presa entre máquinas e olhares de pena.
Bati a porta com cuidado depois que Leo entrou com mais uma sacola cheia de coisas.
— Leo, não precisava — falei, suspirando. — Eu tô bem. De verdade. Você não precisa vir todo dia.
Ele ajeitou a gravata, meio sem jeito, e balançou a cabeça.
— Eu sei… mas não é escolha minha.
— Como assim, não é escolha sua? — ergui a sobrancelha.
Leo coçou a nuca, nervoso, e abaixou a voz como se fosse um segredo de estado.
— Ordem do chefe. O senhor Killian disse… para eu cuidar de você.
Meu coração bateu estranho, mas disfarcei com um sorriso irônico.
— Então eu devo agradecer a você ou ao seu chefe mandão?
Leo riu nervoso, tentando aliviar.
— Melhor agradecer aos dois. Ele paga as contas, mas sou eu que carrego as sacolas.
Eu deveria me sentir grata, mas cada sacola que Leo deixava comida, flores, até livros, só me lembrava de como K