POV Amara
Sabrina está sentada na beirada da minha cama como se fosse dona da mansão, das paredes, do ar e desse segredo monumental que a gente está cozinhando em silêncio.
Ela segura meu laptop aberto no colo, com anotações espalhadas, croquis de horários, mapas da própria casa que ela fez de cabeça.
Eu estou andando de um lado pro outro do quarto como uma fugitiva que mora dentro da própria prisão.
— Eu não posso sair pela frente. — digo pela terceira vez. — Toda vez que faço isso, ou o jardineiro vê, ou o segurança abre o portão, ou a Marta pergunta se eu comi, ou a cozinheira quer saber se estou levando casaco…
Sabrina suspira, jogando o cabelo pra trás:
— Você mora em Nárnia? Porque isso aqui não parece uma casa. Parece um castelo com vinte sentinelas e um dragão de terno habitando o andar de cima.
Eu faço uma careta, apertando os braços.
— O dragão de terno… é meu problema principal.
— Amiga — ela respira fundo — Killian é inteligente. E ciumento. E possessivo. E tem aquela car