Capítulo 111 — Você quer jogar? Vamos jogar.
POV Beatriz
O barulho do salto ecoa pela calçada molhada como um aviso.
Cada passo meu é um golpe no chão. Cada respiração, um lembrete de que estou viva e de que o mundo, por algum motivo, ainda não desabou sobre a cabeça de quem me feriu.
A chuva fina apaga metade das luzes da rua, mas o que me guia agora não é visão. É raiva. Pura. Crua. Antiga.
Abro a porta do carro e me jogo no banco de trás. O motorista me encara pelo espelho com medo, como se sentisse o perigo. Ele devia sentir mesmo.
— Pra casa, senhora Argento? — pergunta, cauteloso.
Penso por um segundo. Casa.bAquela mansão vazia, feita de mármore e aparências, onde o amor morreu há muito tempo.
— Não. — respondo, fria. — Me leve para o hotel.
Ele engole em seco, liga o carro e segue. Encosto a cabeça no vidro e deixo a cidade desfilar em borrões de luz.
Minhas mãos tremem. Ainda posso ouvir a voz dele, Dominic, repetindo as palavras que agora queimam na minha mente como ácido: “O filho é do Killian.”
Por alguns segundos, eu